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Profissionais da saúde debatem ações para o controle das Infecções Relacionadas a Assistência Hospitalar (IRAS) em webinar

Faculdade Unimed, com correalização da Solventum, promove Webinar Conecta Científico sobre a prevenção das infecções relacionadas a assistência na corrente sanguínea

25/10/2024 às 09h41 Atualizada em 25/10/2024 às 09h49
Por: Redação
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Médico Carlos Starling
Médico Carlos Starling

Há uma luta para o controle das IRAS (infecções hospitalares) pela frente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que mais de 10 milhões de pessoas vão morrer mundo afora, ao ano, devido às infecções por bactérias extremamente resistentes a antibióticos (superbactérias) a partir de 2050, um óbito a cada 3 segundos. "Nós melhoramos muito em termos de serviços de controle de Infecções implantados em hospitais brasileiros nos últimos 30 anos, mas as infecções ainda são um problema enorme no Brasil, principalmente aquelas provocadas por bactérias extremamente resistentes", diz o médico infectologista Carlos Starling, infectologista e especialista em medicina preventiva e social, com mais de 35 anos na lida contra as IRAS (infecções hospitalares). Falhas nos processos assistenciais, ausência de protocolos e padronizações dos métodos de diagnóstico microbiológico adequado de vírus, bactérias e fungos levam ao uso inadequado de antimicrobianos e à seleção de micro-organismos cada vez mais resistentes.

"Hoje, convivemos com pacientes em nossos hospitais com múltiplas comorbidades, os quais são mais idosos e necessitam ser submetidos a múltiplos procedimentos invasivos, e intervenções cirurgias que não eram feitas no passado, além de tratamentos com drogas imunossupressoras para tratamento de doenças até então intratáveis. Dessa forma, a população susceptível a infecções resultantes desses procedimentos aumentou de forma exponencial", afirma Carlos Starling. Ele diz que as quatro infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) mais incidentes no país são Pneumonia Associada à Ventilação, Infecção Cirúrgica, Infecção do Trato Urinário e Infecção da Corrente Sanguínea. "Esta última é evitável em quase 100% das vezes com cuidados adequados." O médico lembra que, na prática, na maioria dos hospitais, menos de 50% dos profissionais de saúde, higienizam as mãos quando necessário, atitude esta, essencial para se evitar as infecções hospitalares: "e isto após a pandemia da Covid-19, quando todos pensavam que os cuidados durariam para sempre," comenta Starling.

A situação exige uma resposta rápida dos profissionais de saúde. Por isso, a Faculdade Unimed, em parceria com a empresa Solventum, realizará no próximo dia 30 de outubro, às 19h, o Webinar Conecta Científico "Desafios da Infecção Corrente Sanguínea: Melhores Práticas e Impacto Financeiro". O evento contará com as participações de Carlos Starling, que é coordenador científico do Centro Nacional de Pesquisa Clínica e Tecnológica (CNPCT) do Sistema Unimed; da mestre em enfermagem, professora e especialista em auditoria Aline Monzani; e do enfermeiro Márcio Melo, especialista em epidemiologia e prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras).

Estas questões das bactérias resistentes, do aumento de procedimentos invasivos, da falta de higienização das mãos à questão pedagógica serão discutidas no seminário on-line. "Para se ter uma ideia, poucas faculdades de Medicina no país dedicam carga horária ao controle de infecções relacionadas à assistência. A formação deficiente é um dos principais problemas causadores deste cenário", diz o coordenador do CNPCT do Sistema Unimed. A estimativa do Ministério da Saúde é que a taxa de infecções hospitalares, atualmente, seja de 5% a 14% no país.

Segundo Carlos Starling, os números são variáveis, dependem da complexidade dos hospitais. Fora a mortalidade, as infecções também oneram os sistemas de saúde. "O custo dos pacientes tende a aumentar de 10 a 20 vezes. Isso porque o tempo de permanência deles dentro do hospital pode triplicar", relata.

A prevenção é o melhor caminho para a redução das mortes relacionadas às IRAS, dos custos gerados por elas e entrega de cuidados assistenciais de qualidade, aumentando a segurança dos pacientes nas instituições de saúde, aponta a professora Aline Monzani, coordenadora da comissão de prova de título de especialista da Associação Brasileira dos Enfermeiros Auditores. "Quando se fala em protocolos de prevenção de qualquer tipo de evento adverso, a maioria dos gestores pensa nos gastos que eles trarão para o sistema de saúde, mas quando analisamos de forma mais aprofundada fica evidenciado que o grande vilão é o tratamento destes eventos, o que corrobora com os estudos científicos que trazem que o custo da prevenção é menor que o do tratamento", afirma.

Ela lembra que o Programa Nacional de Segurança do Paciente foi instituído no Brasil em 2013 e ainda hoje se debate formas de implementá-lo. "Precisamos sair do âmbito da discussão e passar para a implementação, de fato, destes protocolos assistenciais. O time multidisciplinar deve ser envolvido, assim como a alta gestão e as lideranças podem ser os facilitadores para que este processo efetivamente aconteça".

De acordo com Aline, os participantes do webinar terão a possibilidade de analisar, na prática, os custos de prevenção X tratamento para desmistificar o paradigma de que a prevenção gera custo para o sistema de saúde. Quem fará a abertura do Webinar será o enfermeiro Márcio Melo, que apresentará um protocolo adotado em uma instituição hospitalar, com resultados positivos de custo-efetividade.

"Há várias questões sobre controle das infecções, das tecnológicas às que não dependem de recursos", afirma Márcio Melo. Ele defende que em todos os locais dos hospitais tenham álcool gel para a higienização das mãos dos profissionais antes da manipulação de cateteres. "É preciso retomar ações básicas de prevenção que são infalíveis e algumas vezes esquecidas. Se retomarmos estas questões, não vamos ter mais infecções primárias da corrente sanguínea." Carlos Starling também acredita que ela pode e deve ser zerada no país.

Faculdade Unimed

A Faculdade Unimed é a instituição de ensino superior do Sistema Unimed credenciada pelo Ministério da Educação (MEC). Com atuação em todo o território nacional, a Casa do Conhecimento do Sistema Unimed, já formou mais de 170 mil profissionais, nas áreas de gestão, saúde e cooperativismo, entre turmas de pós-graduação, curta-duração, aperfeiçoamento, educação a distância e assessorias de gestão. Saiba mais: www.faculdadeunimed.edu.br

 

Solventum

A Solventum é uma empresa de saúde construída a partir de um legado de inovação e dedicada a promover cuidados à saúde mais eficazes, inteligentes e seguros para melhorar vidas.

 

Serviço

Tema: Webinar Conecta Científico "Desafios da Infecção Corrente Sanguínea: Melhores Práticas e Impacto Financeiro"

Data/horário: 30 de outubro, às 19h

Palestrantes: Aline Mazoni, enfermeira, mestre em enfermagem e especialista em auditoria; Márcio Melo, enfermeiro, especialista em trauma, urgência e emergência. O médico infectologia Carlos Starling será o mediador

Inscrições gratuitas:
https://unimed.me/mgrzat

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